Capela do Socorro

A Capela do Socorro, em Juazeiro do Norte, onde repousam os restos mortais do Padre Cícero Romão Batista, completa 100 Anos. No último dia 20 por ocasião da tradicional missa do Padre Cícero, o Padre Paulo Lemos abriu as festividades de comemoração que irá até o dia 29. O escritor Daniel Walker, lançou um livrinho onde conta brevemente a história da Capela marcada por muita divergência entre Juazeiro e Crato.
A capela foi construída para pagar uma promessa feita pela Sra. Hermínia Gouveia, em virtude da graça alcançada pela cura de uma doença (erisipela) da qual estava acometido o Padre Cícero. Dona Hermínia não era beata, mas uma senhora casada (depois viúva), que veio da cidade de Jardim, Ceará, para Juazeiro e aqui se tornou grande amiga de Padre Cícero, que foi seu conselheiro espiritual. O padre Cícero deu início a construção que foi interrompida pelo Vigário do Crato Quintino de Oliveira e Silva, para cumprir uma exigência do Bispo de Fortaleza Dom Joaquim José Vieira.
Com a chegada de Dr. Floro Bartolomeu da Costa a Juazeiro, em 1908, ela pediu sua interferência para continuar a construção Padre Cícero, procurou o vigário de Crato e conseguiu deste a aprovação para continuar a construção, desde que Padre Cícero não tivesse nenhuma participação. Mas o certo é que a construção continuou sob a responsabilidade financeira de Padre Cícero. Quando o prédio recebeu a cobertura, dona Hermínia morreu. Então, Padre Cícero em sinal de gratidão, resolveu sepultá-la no interior da capela. O vigário irritado, tornou a proibir a continuação da cobnstrução.
Dr. Floro assume o comando da construção conforme disse em discurso pronunciado na Câmara Federal e depois transformado em livro, resolveu terminar a obra sem mais ouvir ponderações do Padre Cícero nem de ninguém, assumindo sozinho todas as conseqüências que tal decisão pudesse acarretar.
Concluída a obra o bispos não benzeu a Capela, fechando-a até segunda ordem.
Em 17 de janeiro de 1914, quando estava em curso a chamada Revolução de 14, morre a beata Maria de Araújo e Padre Cícero manda sepultá-la na capela. Também fez o mesmo quando morreram sua mãe, dona Quinô, sua irmã Angélica, e até uma doméstica de sua casa, de nome Maria Joaquina. Tudo isso contribuiu para que a tão esperada bênção da Capela do Socorro fosse cada vez mais retardada, contrariando a população e principalmente o Padre Cícero
Embora tenha sua construção concluída em 1908, somente 24 anos depois, ou seja, no dia 10 de junho de 1932, a Capela do Socorro foi finalmente benta, segundo está no livro Formação Religiosa de Juazeiro do Norte, de Mário Bem Filho. Assim, a conclusão que se tira é a seguinte: neste ano de 2008 o prédio da Capela do Socorro completa 100 anos de construção, mas ela oficialmente como templo religioso só existe a partir da data em que foi benta. Até então, isto é, de 1908 a 1932, ela não sediou nenhum ato religioso oficial. Padre Cícero nunca celebrou missa nela, pois desde 1892 estava suspenso de ordem.

Fatos importantes

A Capela do Socorro ocupa espaço importante na história de Juazeiro do Norte, razão por que é um dos principais locais de visita dos romeiros e dos turistas que vêm a nossa cidade. Tudo isso se justifica em face dos inúmeros fatos importantes que fazem parte da sua história, dentre os quais podemos destacar: O sepultamento do Padre Cícero, no dia 21.07.1934 (um dia após a sua morte) – A exumação do corpo da beata Maria de Araújo, por ordem do vigário de Juazeiro, Monsenhor José Alves de Lima, no dia 22.10.1930, sob o pretexto de que o túmulo construído ao lado direito da capela ocupava muito espaço e impedia a passagem dos fiéis – A fundação da Confraria de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em 25.06.1950, a pedido de Mons. Lima ao bispo Dom Francisco de Assis Pires, tendo como primeiro presidente a Sra. Cristina Arrais Almeida. A presidente atual é Joana Angélica Feitosa Leonel - A inauguração da Torre Monumental com o relógio, marco em homenagem aos 70 anos da morte de Padre Cícero e a inauguração dos lindos vitrais, dois dos quais com as figuras de Padre Cícero e da beata Maria de Araújo, no dia 13.05.2006, pelo Pe. João Bosco – A transformação da Capela em Reitoria por ato do bispo Dom Fernando Panico, em 20.12.2002 – A instituição da Hora da Graça, pelo Pe. José Alves, em 27.06.1976 e da Missa do Dia 13, em homenagem a Nossa Senhora de Fátima, pelo Pe. Luís Parente por sugestão de Maria das Graças Veras Teixeira - A tradicional Missa do Dia 20, celebrada todo mês em ação de graças pela alma do Padre Cícero. E também a famosa Missa de seu aniversário, no dia 24 de março. Durante muitos anos o próprio pároco da Matriz de Nossa Senhora das Dores, Padre Murilo de Sá Barreto, foi o celebrante oficial – A bênção do Papa João Paulo II para os devotos da Capela do Socorro, cuja placa comemorativa foi afixada pelo Pe. José Alves. Vale lembrar também que o famoso Frei Damião celebrou várias vezes e a cantora Dalva de Oliveira entoou alguns números musicais, quando esteve em Juazeiro para pagar uma promessa feita ao Padre Cícero (para recuperação da voz).

Em sua existência centenária a Capela do Socorro passou por várias reformas, mas no geral sua estrutura ainda é fiel à original.

Capelães e Vigários Paroquiais


O primeiro Capelão da Capela do Socorro foi o padre Silvino Moreira Dias (falecido). Os padres que o sucederam foram sendo chamados de Vigários Cooperadores e atualmente de Vigários Paroquiais. São eles:
Pe. José Alves de Oliveira
Pe. Sebastião Pedro do Nascimento
Pe. José Almeida dos Santos
Pe. Paulo Francisco de Moura
Pe. Luis Martins Parente
Pe. João Bosco Lima
Pe. Paulo Lemos Pereira
Pe. Sebastião Bandeira
Pe. José Cláudio da Silva
Pe. José Ricardo Barros de Sales
Pe. Joaquim Cláudio de Freitas

0 comentários:

Postar um comentário